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A docente do IPCB, enquanto membro integrado do referido Centro de Literatura Portuguesa, colaborou na revisão e fixação do texto, bem como na elaboração da história do romance propriamente dito, patente na “Introdução” ao atual volume (pp. 17-71), história essa “entendida como contributo decisivo para incutir segurança e fundamento àquela revisão” (Nota prefacial, p.11).
A Relíquia, para além de se apresentar como uma obra que se coloca na “linha da literatura e do pensamento anticlericais, muito férteis no século XIX, e que diretamente se relaciona com as resistências e com as contradições que a laicização da vida pública portuguesa enfrentou, desde o advento do Liberalismo” (ibidem), liga-se igualmente a uma história de cariz pessoal, a da viagem realizada pelo próprio Eça ao Egito e à Palestina. Recorde-se que, à época, ainda se faziam sentir as influências românticas que apelavam ao conhecimento dos lugares exóticos onde o Cristianismo encontra as suas origens, aspeto que favoreceu claramente uma narrativa em que o escritor, com a sua acutilante ironia, lançou “sobre a nudez forte da Verdade – o manto diáfano da Fantasia”.