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Segundo o autor, a atual aleatoriedade do clima mediterrânico pode determinar anos com maiores volumes de precipitação que correspondem a um maior número de eventos erosivos, e anos mais secos com ocorrência de menos eventos erosivos, embora de potencial ampliado. Este padrão climático prevê-se agravado num quadro de alterações climáticas, a que corresponde um menor volume anual de precipitação, embora concentrado em eventos extremos.
António Canatário Duarte considera que muitas zonas da bacia mediterrânica estão fortemente expostas à erosão hídrica dos solos, afetada não só por condições climáticas desfavoráveis, mas também, nalguns casos, pela intensificação da atividade agrícola. Este quadro da não observância da sustentabilidade do uso dos recursos, poderá ter impactos significativos na agricultura e na disponibilidade de água, e no limite determinar a desertificação física e humana dessas regiões.
Contudo, a adoção de práticas de conservação permite reduzir as perdas de solo e de nutrientes dos campos agrícolas, e a contaminação dos ecossistemas aquáticos e a sedimentação no leito de rios e reservatórios, a jusante da origem do processo. Destas práticas, destacam-se a proteção do solo nos períodos em que as chuvas são potencialmente mais erosivas, as rotações de culturas menos intensivas em linha com a capacidade de uso do solo, a incorporação dos resíduos das culturas, a redução das operações de mobilização do solo ou a prática culturas de contorno, numa das suas modalidades.
Também o uso de modelos de simulação se mostram ferramentas efetivas no planeamento do uso do solo, e na definição de códigos de boas práticas agrícolas, como fica demonstrado pelo uso do modelo AnnAGNPS (Annualized Agricultural Non-Point Source Pollution).