Um estudo desenvolvido por docentes e investigadores do IPCB indica que a área de pinheiro-bravo terá uma redução moderada nos próximos 50 anos, devido às alterações climáticas. O trabalho foi realizado pela equipa do projeto CULTIVAR, constituída pelos docentes Cristina Alegria, Paulo Fernandez e Maria Margarida Ribeiro, e as investigadoras Alice Maria Almeida e Natália Roque.

O artigo foi publicado na conceituada revista científica internacional Forests: "Species Distribution Modelling under Climate Change Scenarios for Maritime Pine (Pinus pinaster Aiton) in Portugal".

Atualmente, a área da floresta de pinheiro-bravo representa 22% da floresta portuguesa. O pinheiro-bravo já foi a espécie mais representativa da floresta portuguesa. No entanto, ao longo dos últimos 50 anos (1965–2015), a floresta de pinheiro-bravo foi intensamente afetada pelos incêndios florestais e pelo nemátodo. A sustentabilidade desta floresta é preocupante, visto que os cenários futuros de mudanças climáticas antecipam um aumento na frequência e severidade dos incêndios florestais e uma ampla perda do potencial produtivo da espécie.

Neste estudo realizou-se a modelação espacial da distribuição do pinheiro-bravo em Portugal, para o presente e em cenários de alterações climáticas futuros (2070). Os mapas produzidos são ferramentas fundamentais de suporte à decisão para o planeamento do reflorestamento e da gestão florestal, de forma a obter paisagens mais resistentes ao fogo e com maior biodiversidade, melhorando a multifuncionalidade e produtividade dos ecossistemas florestais.

O trabalho foi financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia, através dos centros de investigação CERNAS-IPCB (UIDB/00681/2020), CEF (UIDB/00239/2020), e MED&CHANGE (UIDB/05183/2020), e pelo Fundo Europeu para o Desenvolvimento Regional, através do Programa Operacional Regional Centro 2020, Portugal 2020 e a União Europeia, projeto CULTIVAR (CENTRO-01-0145-FEDER-000020).

O trabalho pode ser consultado em https://doi.org/10.3390/f14030591

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